Fintech Talks no Money 20/20 USA 2023!

Participamos do principal evento de fintech e inovação financeira do mundo – e contaremos nossa impressões!

Palco “Under the Stars”

Entre os dias 22 e 25 de outubro a cidade de Las Vegas foi novamente palco da edição norte-americana do Money 20/20, principal evento global sobre o mercado fintech – e que também conta com edições anuais (de menor escala) na Ásia (em Bangkok, Tailândia) e na Europa (em Amsterdam, Holanda).

Os organizadores estimam que essa edição tenha atraído mais de 12 mil participantes em seus 4 dias de eventos, contando com cerca de 500 palestrantes em 250 diferentes sessões, realizadas em 7 palcos que cobriram os mais recentes avanços em fintech divido em setores como pagamentos, open finance, regulação, insurtech, empréstimos e muito mais.

Em termos de conteúdo, dado os números expostos acima, é fácil constatar que não seria humanamente possível consumir nem mesmo um terço de tudo que foi mostrado (até mesmo em função das muitas apresentações simultâneas), o dilema entre escolher entre uma palestra ou painel é sempre complexo – ainda mais considerando que alguns dos maiores expoentes globais em seus respectivos temas estariam no palco. O aplicativo do evento ajuda bastante nesse sentido, trazendo um resumo do conteúdo que será explorado, bio dos participantes e até um “mini mapa” que te ajuda a chegar até o local onde está acontecendo a sessão.

As principais trilhas de discussão focaram nos seguintes temas:

  • Fraude: impressionante como haviam diferentes painéis e palestras sobre o tema. Contudo, muito do que foi apresentado era mais aderente ao mercado norte-americano (considerando a infraestrutura local, a qual muitas vezes é menos avançada do que vemos no Brasil).
  • AI: o tema da vez ganhou destaque mostrando as possibilidades reais de aplicação no mercado financeiro, bem como os desafios que devemos ver muito em breve em função da sua utilização nos mais diferentes subsetores. No primeiro dia houve um trilha específica oferecida pela Nvidia e a AWS sobre o assunto, inclusive.
  • Soluções para PMEs: os painéis dedicaram uma atenção especial às soluções especificamente direcionadas às pequenas e médias empresas – de pagamentos à empréstimos, passando por seguros e gestão financeira.
  • Infraestrutura financeira: nesse tema, tanto a parte de APIs e conectividade, inserida ou não na temática do Open Finance (tanto regulado quanto não regulado) teve destaque. O avanço dos pagamentos em tempo real (Real Time Payments, ou RTP) também foi exaltado por aqui, tanto quando falamos de Pix quanto FEDNow (recentemente lançado nos Estados Unidos e que ganhou muito destaque nessa edição).
  • Criptoeconomia: as discussões, nesse caso, focaram bastante no uso de cripto em meios de pagamento e na utilização da infraestrutura blockchain por grandes players para redução de custos e aumento de eficiência – sobretudo na tokenização. O tema “custódia de criptoativos” também foi abordado, visto que há alguns cases interessantes sendo desenvolvidos nos Estados Unidos. Entendo que o tema só não foi maior nessa edição em função do enrosco regulatório existente hoje nos Estados Unidos – e esse assunto, por si só, foi endereçado em diversos painéis.
  • Gestão de pessoas: talvez esse tenha sido o tema mais diferente que eu vi sendo abordado em uma conferência sobre fintech. Vários painéis focaram na pessoas que trabalham no segmento, em políticas de gestão de recursos humanos e benchmarks nesse sentido. O caso mais icônico foi do Ex-CEO da Paypal (considerada por muitos a primeira fintech do mundo). Ele mostrou as evidências encontradas em uma pesquisa interna sobre remuneração e os resultados obtidos após a atuação da empresa no sentido de aprimoramento desse aspecto, o que resultou não só em um salto de produtividade, mas na melhoria de indicadores como satisfação dos clientes e menor turnover dos colaboradores. Com o amadurecimento do setor, é interessante ver essas discussões acontecendo – e justamente com a “fintech original” puxando as discussões relativas à essa próxima fase do mercado, colocando as pessoas como um assunto tão importante quanto “finanças” e “tecnologia”.
  • Embedded Finance: os serviços e produtos financeiros embarcados também tiveram destaque, não só como viabilizadores das operações financeiras de fintechs e de players não financeiros, mas também no cruzamento de diferentes segmentos. Aconteceu, por exemplo, um painel focado em “auto payments”, ou seja, pagamentos realizados com o seu automóvel – tanto dentro dele quanto através dele.

Por mais que diferentes conversas tenham acontecido em contextos que exaltam algumas das inovações que temos no Brasil (como o Pix e o Open Finance), sinto que ainda é preciso vender melhor nosso país e a América Latina no evento. Nosso país está dando um show em termos de inovação financeira e infraestruturas super avançadas que o Banco Central, em conjunto com o mercado, estão conseguindo entregar nos últimos anos, sobretudo após 2020. Tive a chance de conversar, de forma mais intensa, com a organização desde o começo do ano sobre Brasil e sobre nossa participação na programação – eles inclusive fizeram um primeiro encontro em São Paulo no mês de maio. Daí, surgiu um convite para fomentar uma discussão sobre LATAM que conduzi por lá no dia 23/11. A ideia agora é seguir cavando espaços que exaltem o Brasil e a América Latina no Money 20/20, mostrando não só os avanços que conseguimos conquistar quanto evidenciando as oportunidades que esse mercado apresenta.

Bruno Diniz na sessão “Meetup LATAM”, no palco Money Motor Circuit

Segundo estimativas dos brasileiros presentes, mais de 150 conterrâneos estiveram por lá, fora a forte presença de países como México e Colômbia (mais próximos do contexto estadunidense). Esperamos que essa participação posso crescer nos anos seguintes, tanto dentro quanto fora dos palcos.

Em suma, o Money 20/20 é capaz de inserir seus participantes em uma realidade própria dentro de uma cidade totalmente preparada para eventos, como é o caso de Las Vegas e das cidades que encampam suas outras edições. Assim, é criada uma situação de imersão no qual as pessoas podem focar no conteúdo, nos stands, nos eventos paralelos (realizados por várias maracas em diversos pontos da cidade), no networking e no fechamento de negócios.

Fizemos uma cobertura em vídeo do evento, no qual pudemos captar não só o clima do Money 20/20, como também o depoimento de alguns participantes brasileiros. Confira abaixo como foram esses intensos dias de conferência.

Além da nossa cobertura, eu fui convidado pela organização a dar alguns “conselhos gratuitos” aos participantes do evento, os quais enviaram perguntas sobre carreiras no setor. Confira como foi essa sessão no vídeo a seguir.


Esperamos que você tenha gostado da nossa cobertura! Até a próxima!

Bruno Diniz


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